terça-feira, 28 de abril de 2009

Crow (Corvus Corone Cornix)

Simplesmente, eu os amo. Sao os corvos daqui de Jerusalem. Por onde voce anda  eles estao gritando...andam dando pulinhos...procuram o que comer o dia todo e sao briguentos. Andam em dois, tres. Estao em todas as pracas. Tenho afeicao por eles porque, para mim, eles formam um Meacharim*  onde estao. Definitivamente, essas aves sao ortodoxas...

*bairro religioso de Jerusalem
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segunda-feira, 20 de abril de 2009

Beija-Flor da Palestina



Palestine Sunbird. (Nectarininia Osea) . Um exemplar macho. A fêmea não possui esse azulado. Ultimamente, me ocupo full time em estudar os pássaros que pousam no meu jardim e a esperar horas para que eu possa fotografá-los. Superocupada.! ;)

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Bye Bye, Brasil



 Tô passée composée. Acordei de um chochilo e levei um susto:

Paulo Coelho está se mudando do Brasil para Genebra.

Assim: se o escritor brasileiro  mais lido e conhecido no mundo tá saindo...preciso completar a frase?

melhor ainda. Presta bastante atenção: 

"Para Paulo Coelho, os suíços ainda são "os brasileiros da Europa". "Os suíços não são frios. Eles são como nós (brasileiros). Agem de acordo com as emoções", afirmou."

Quer dizer: estamos todos nós procurando, buscando ou encontrando lugares onde as pessoas são parecidas com os brasileiros ( caso dos palestinos e árabes aqui já que são alegres,bagunceiros, simpáticos, cantam e dançam sem parar e não possuem papas na lingua árabe deles) mas em outro lugar. 


Por que será?

 Pra quem fica, tchau.


   

domingo, 19 de abril de 2009

Extra Territorial

O escritor André de Leones chega aqui em Jerusalém dia 12 de maio  para uma estadia de  seis meses. Tenho dito para quem conheço e para quem não conheço que ele vem escrever seu novo romance aqui. Na verdade, não estou bem certa de que, efetivamente, ele me disse isso com todas as letras, mas eu resolvi que deveria ser assim e caso não fosse seria uma boa coisa comprometê-lo por minha conta com a escritura do seu vir/ porvir. Porque essa história da vinda do André me trouxe George Steiner de volta, isso, o Steiner do Extra Territorial.
O inicio do diálogo entre eu e o André foi terminal e só hoje me dei conta disso. 

Luciana : o Brasil é um país sem saúde...
André: Oswald de Andrade, não? "O Brasil é uma república federativa cheia de árvores e de gente dizendo adeus."

Essa do Oswald deveria ser a verdadeira epígrafe do Acústico Jerusalém. 




sábado, 18 de abril de 2009

Passarim


Yellow Vented Bulbul ( Pycnonotus Goiavier)
Passarinhos fazem parte do meu trajeto, e, das minhas afinidades eletivas. Este acima aparece como muitos outros no muro em frente à janela lateral do meu quarto de dormir, morar. Por conta, sem muito perceber, deixo a máquina fotográfica completamente ao nosso alcanse: dos meus olhos e do muro para pássaros. Moro ao rés do chão e por obra e graça do planejador do prédio- que se eleva acima da minha morada- a janela abre para o jardim. Da onde se explica o fuzuê do som dos pássaros dentro do meu quarto. Já sei quem são, as cores que possuem, e, obviamente, comecei, compulsiva, a estudá-los em sites israelenses de ornitologia. Este acima ainda não descobri seu nome científico mas ele é logotipo de dois sites jerusalomitas sobre pássaros. Donde concluo que deva ser um pássaro popular e querido daqui. Tanto meu avô Mauricio, quanto meu Tio Mauri, como também meu pai João eram aficcionados por pássaros. Minha avó Téia também era. Desde cedo convivi com palavras pássaros: papacapim, inhambuxitã, chupim, pintassilgo, e, com os próprios. Gaiolas de lá para cá, pregos na parede para pendurá-las, banhos de sol, banheirinhas d' água. Lembro bem como minha avó, às vezes, passava horas na máquina costurando umas capas de plástico para colocar por fora da gaiola, assegurando assim, que a limpeza dos alpistes no chão fosse mais justa. Trago também com exatidão o rito da limpeza das gaiolas todos os dias: assopro no alpiste, troca de água e o jornal que ia parar no fundo da gaiola. Os pássaros ficavam felizes e a gente ficava olhando o banho imediatamente na água nova, e, como cantavam. Sim, o esmero era tanto que meu tio Mauri tinha espingarda para espantar os gatos e um viveiro que era um sonho também para qualquer ornitólogo. Quando todos se encontravam a conversa girava sobre pássaros e era um tal de gaiola para cá e para lá no carro. Ninguém ia ou vinha sem levar ou trazer uma gaiola com um novo pássaro. Faziamos a conexão Castelo Branco, ie, São Paulo- Tatuí- Tupã, cuidando dos pássaros, parando o carro para certificar que estava tudo bem com eles. Depois eles entravam para a familia e cantavam o dia todo na cozinha, na área de serviço. 
Aqui em Jerusalém os pássaros existem aos montes. Pelo menos para mim e para minha janela. Quem convive com pásssaros sabe que os cantos os trazem para perto, são curiosos, e, me divirto como eles se entusiasmam quando estou ouvindo Tom Jobim ou João Gilberto, que, via de regra, fechava a janela para não ouvir os pássaros desafinando entre às cinco e seis da manhã. Aprendi com João que os pássaros desafinam e nunca mais deixei de ouvi-los assim. É um delicioso exercício ouvir a melodia dos pássaros em completo desvairio, animadissímos na sua antiorquestra. Aqui tenho esse privilégio. Tenho uma melâncolia extrema com o canto do sabiá mas ela é bem focada: passei anos ouvindo sabiás solitários no inicio e no fim do dia em São Paulo. Já o monólogo do Bem-Te-Vi me trazia alivio.  Na Bahia, onde morei por cinco anos em Vitória da Conquista, acordava todo os dias às cinco da manhã com uma orquestra enlouquecedora que praticamente me ensurdecia. A mangueira do meu vizinho era também a mangueira do meu telhado mas, inversamente ao João, eu não tinha meios de terminar com aquela folia. 
Quando fotografo, ou tento fotografar os pássaros ( ainda não tenho uma lente à altura da demanda) somente um fato justifica meu ato; os pássaros adentram em minha formação e em meu universo cultural, o que não é pouca coisa, eu sei; no entanto,  quando os vejo por aqui somente uma forte lembrança surge com toda a sua soberana maestria em mim: Antonio Carlos Brasileiro Jobim.

As Canções que Você fez para Mim



Luciana Gama por Shlomit Or
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quinta-feira, 16 de abril de 2009

Chiste do Dia

Acordei hoje rindo e morrendo de vontade de rir. Assim, descobri que tudo tanto faz, qualquer coisa tanto faz tambem e tudo isso foi ficando muito divertido. Descobri tambem que essa alegria toda que eu sinto em Jerusalem todo dia  eh somente porque quando abro a porta da rua nao eh o Brasil que estah me esperando la fora...
:)
Me segue. Bj!

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Amilcar Torrao

Soh esse mes, abril, que ainda estah no meio, 37 pessoas cairam de bobeira aqui, porque digitaram no google "Amilcar Torrao" . Mandei hoje o analitics para ele considerando que descobri que procuram mais a ele do que ao Joao Gilberto...comentario do Amilcar: 37 pessoas eh mais do que eu recebo de emails e telefones num mes...;)

PS: escrevi esse post soh de sacanagem...

domingo, 12 de abril de 2009

Help, I need samba


Fui até a página 22 da Biografia proibida, ainda bem, do Roberto Carlos. A introdução se baseia numa descrição  sentimental de um show que o biografo não pôde entrar quando era pobre, adolescente e morava em Vitória da Conquista e então ele cita Glauber Rocha e Elomar Figueira e Gilberto Gil, mas a mãe dele deu dinheiro para o ônibus mas não deu para o ingresso, vestiu ele direitinho, com roupa do domingo, falou para ele pedir o ingresso para algum conhecido que estava na fila para ir ao show do Roberto e que ele não conseguiu nada e por conta disso para ele é como se  Roberto nunca tivesse dado até hoje um show em Vitória da Conquista, mas no show do Gil ele foi porque acho que a mãe era amiga dos pais do Gil,   para depois, apenas para dizer que o Rei começou a cantar em um programa de rádio infantil em Cachoeiro do Itapemirim,  (é isso?) tive que ler sobre o Plinio Salgado e os Integralistas, sobre Luz Del Fuego, Nora Ney e  sobre um fulano com um nome esquisitérimo que era do PCB e daí para a tendência grevista da cidade devido a sei lá o quê, uns metalurgicos acho, e a Lady Laura tinha um violão quando mulher não tinha violão porque era pobre quando todo mundo tinha piano e  as mulheres de Cachoeiro do Itapemirim davam para todo mundo e que o Carlos Imperial disse que os amigos iam lá só para comer as meninas e que o Roberto Carlos nasceu no dia do Índio numa rua que tinha também indio no nome; socorro.

Ouvindo 14 Bis e comendo chocolate


"Não há sinal de paz mas tudo me acalma no seu olhar:
  Você  parece comigo nenhum senhor te acompanha
  Você também se dá um beijo dá abrigo..."

sexta-feira, 10 de abril de 2009

o mais é mais

para os exagerados como eu, para os não discretos como eu, para os que não podem fazer nada se não querem sumir, desaparecer, passar desapercebido. O mais não é o mais ou menos . O que talvez explique minha paixão incondicional pelo Tim Maia e os metais do Vitória Régia. O mais é muito mais para fulanos como Oswald, por exemplo, que, como se sabe, gargalhava com o corpo todo. Eu só entendo que o menos é mais quando escuto João, ie, todo dia. Todo dia eu olho, pego, toco, meu violão, encosto ele na parede e todos os dias eu me lembro que tenho um violão para  me lembrar que  eu não sou o João Gilberto. Por que eu não sinto a mesma coisa com a fotografia? Por que a máquina fotográfica não me recorda todo dia que eu não sou  Mapplethorpe, meu fotógrafo preferido?  duas inferências quase remotas que se resolve com a seguinte questão: João é brasileiro, e, João deu certo, acertou. 
Faz já uns meses que estou evitando escrever que o que mais me surpreendeu na minha estadia por aqui  é que tudo que  tem importância no Brasil, para mim,  cabe no meu ipod e no meu micro; musica e literatura. 
Então, escrevi a minha canção do exilio:

"Os homens, aqui, gorjeiam."

E ponto final. Como dizia o meu avô Mauricio Loureiro Gama.




quinta-feira, 2 de abril de 2009

entao...

Hoje adquiri minha lente Nikkor 50mm. Como a vida pode ser boa sem zoom e como a imagem eh mais poetica...fotografei o que estava na minha frente (minhas havaianas em cima da mesa na frente de um vidro vazio de azeitona que transformei em vaz0 com flores laranja  -continuo bagunceira, pelo visto) e eh incrivel a qualidade da imagem sem forjar distancias e como vou aos ceus com o modo manual inteirinho para mim.  Fiz o teste de balanco de brancos na parede e o diafragma 2.8 eh mesmo um luxo. Hoje tambem fechei dois Bar Mitzva e enfim vou fotografar o Lucas que como bom leonino perguntou quantas fotos, disse vai ser puxado, umas 900,  ele achou otimo. Agora jah tenho lente a altura dele ja que o gajo nasceu com photoshop natural. Muito trabalho. Preciso de mais uma camera pelo visto...;)
Esqueci de dizer no post de ontem que eh incrivel como em sete meses a minha vida se organizou e e se estruturou como nao consegui durante anos no Brasil. Nao eh milagre divino nem fiz nenhum esforco a mais do que fazia no Brasil. Eh o estado que funciona. Sorry.