Enfim consigo alinhavar o sossego. Coisa rara, sou desassossegada por natureza, porque gosto dos muitos e curvos esses da palavra, cobra coral da língua portuguesa. Quase todo mundo voltando das viagens: Eduardo Sinkevisque de Fortaleza, A. de Paris, pai e mãe do Yehuda de volta ao Brasil, e Amilcar Torrão continua em Barcelona-Berlim, viajante ainda.
Trabalho sem parar: ora bolas não me amole com esse papo de emprego não está vendo não estou nessa. Dois episódios em particular me chamaram a atenção: no primeiro, cheguei na casa da senhora Clarita, noventa anos, e ela estava sentada na cama tentando telefonar apertando os números do relógio de pulso. Eu simplesmente tirei o relógio da mão dela e coloquei o telefone. Ela não se deu conta. Sabe e enxerga todos os números perfeitamente; no segundo episódio, já em outra casa, a do senhor e senhora Yacoov, há um belo escritório lotado de livros e computador novinho em folha com tela plana e tal. Aos poucos fui escutando um som muito antigo de máquina de escrever. Pois bem: na mesa da sala sr. Yacoov manejava feliz sua velha e boa lettera. Depois, vi as letrinhas na folha de papel branca quase amarela presa por vontade ao carro giratório. Alguém resistiu ao mundo letrado digital. Um herói esse sr. Yacoov.
Samir passou por aqui e devolveu os acentos ao meu computador. Recuperei todos: cedilha ç tio não circunflexo você crase à e acento agudo é . Perdi a interrogaçao mas a gente nao pode ter tudo além do quê não tenho nada vezes nada para perguntar minhas perguntas são todas retóricas e quintilianas: todas preceptadas e fazem parte da minha preceptiva eu que vivo fazendo análise do discurso alheio e não perdôo os bonzinhos que se esquecem que tenho anos de retórica e insistem em tentar captar a minha benevolência com um discursinho geral: esquecem que eu não faço parte da galera iletrada. Fazer o quê? :)
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