quarta-feira, 8 de julho de 2009

Refua Shlema e Parasha Pinchas


Antes de ontem recebi uma visita muito, muito ilustre, que se estendeu pela tarde numa agradavel conversa, que saltava de assunto em assunto, talvez para que pudessemos focalizar, localizar e centralizar, sem sucesso, e muito felizes, o infinito.
Por vezes me pareceu que estavamos em pleno Shabat. Era essa uma sensacao, algumas vezes, durante a conversa com T. vamos chama-lo de T. porque eh a letra que comeca a palavra Tfelim, em homenagem as conexoes que temos, tivemos e haveremos de ter nessa nossa vida.
Mais uma pessoa que vou preservar aqui. Mais um nome que nao vou tornar publico. Eh minha maneira de cuidar de pessoas caras para mim. Como se eu quisesse preserva-las para toda minha vida e sei que estamos todos expostos aos olhares e julgares de outrem.
Sinto isso por T. que eh uma pessoa exposta ao publico. E quero fazer parte do manancial dos poucos amigos, aqueles que podemos rir, relaxar, expor nossos pensamentos. Uma fonte de agua para T.
Sempre encontrei T. nos momentos importantes da minha vida e da vida dele. Coincidencia. Temos amigos em comum tambem o que conta muito, e, talvez, nao sei se isso conta tambem, inimigos incomuns, assim, gente que ja tentou prejudicar, e muito, eu e T.
Na tarde que recebi a visita de T, ele nao sabia, mas era quase uma visita de Refua. Uma visita de refua providencial. No dia seguinte eu iria passar por um pequeno procedimento cirurgico para desobstruir minhas trompas e estava muito tensa. Mas a presenca de T. me ajudou muito, era uma visita ilustre, espontanea, feliz, inteligente e muito, muito ligada ao judaismo e ao judaismo onde nasci. Entao era como uma visita que me trazia de volta ao utero judaico de onde vim. Algo ou alguem me disse, atraves da linda tarde com T., que eu nao estava sozinha.
E eu nao estava mesmo. No dia seguinte a Ima (mae) e o Aba (pai) de Y. me acompanharam ao Hadassa. Eles estao aqui em Israel fazendo uma visita significativa ao filho e com uma bondade enorme me acompanharam ao hospital. E foi necessario.
O procedimento foi um sucesso. -Por que eh tao dolorido o caminho para o sucesso?- soh que depois eu passei muito mal e tive que ficar um pouco no ambulatorio do hospital Hadassa. Apos ver tudo preto, acordei com duas enfermeiras e os dois medicos do "procedimento" a minha volta. Eu, com soro de um lado, medidor de pressao de um outro, estava entregue a uma equipe medica do primeiro mundo. Para minha surpresa ( por que ainda me surpeendo com essas coisas aqui? Sintomas do perrengue- Brasil, claro) havia um medico que falava portugues que foi chamado para conversar comigo alem da enfermeira espanhola, Patricia, que me acompanhou o tempo inteiro e para me distrair, alem da mao estendida, conversou comigo sobre tudo o que eu era, ou seja, professora de literatura. Como voce sabe, perguntei? Li no computador, ela me disse; conversamos ainda sobre Almodovar, que ela tambem adora, e, depois nao vi mais nada.
Como acontece toda vez que voce faz uma Histerosalpingografia e tudo sai tranquilo, as pessoas que estavam com voce desejam boa sorte com um sorriso enorme no rosto. Apesar da dor, esse exame, limpa completamente as trompas de falopio, garantindo um encontro entre ovulos e espermas. No meu caso, limpou tudo, a minha alma tambem. Hoje, dia seguinte, ateh minha pele estava diferente. Mas nao foi soh a equipe de primeira do Hospital Hadassa: foi tambem a visita providencial de T., o cuidado da familia de Y., a vinda de H. que veio correndo para cah com uma coca cola light para ficar comigo, e, claro, o Samir, que nao podia faltar mesmo nao tendo como entrar em Israel mas ficou o tempo inteiro no telefone, monitorando meu chororo e o seu futuro quinto filho. E minha mae que o tempo todo ficou conectada la em Sao Paulo perguntando como eu estava. E eu havia tomado o cuidado de levar meu livrinho da Parasha Pinchas dentro da bolsa.
Uma boa discussao para se comecar: Refua Shlema na semana da Parasha Pinchas.




Nenhum comentário: