para os exagerados como eu, para os não discretos como eu, para os que não podem fazer nada se não querem sumir, desaparecer, passar desapercebido. O mais não é o mais ou menos . O que talvez explique minha paixão incondicional pelo Tim Maia e os metais do Vitória Régia. O mais é muito mais para fulanos como Oswald, por exemplo, que, como se sabe, gargalhava com o corpo todo. Eu só entendo que o menos é mais quando escuto João, ie, todo dia. Todo dia eu olho, pego, toco, meu violão, encosto ele na parede e todos os dias eu me lembro que tenho um violão para me lembrar que eu não sou o João Gilberto. Por que eu não sinto a mesma coisa com a fotografia? Por que a máquina fotográfica não me recorda todo dia que eu não sou Mapplethorpe, meu fotógrafo preferido? duas inferências quase remotas que se resolve com a seguinte questão: João é brasileiro, e, João deu certo, acertou.
Faz já uns meses que estou evitando escrever que o que mais me surpreendeu na minha estadia por aqui é que tudo que tem importância no Brasil, para mim, cabe no meu ipod e no meu micro; musica e literatura.
Então, escrevi a minha canção do exilio:
"Os homens, aqui, gorjeiam."
E ponto final. Como dizia o meu avô Mauricio Loureiro Gama.
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