Sim. Se não me engano eu o Amilcar Torrão tinhamos um projeto enorme de reescrever vários clássicos temporais*. Se não me engano também gastamos nesse tópico uma daquelas madrugadas sem fim que só acabava de manhã com nós dois acabados de tanta besteira. Não. Isso é mentira. Eu falava as besteiras. O Amilcar é meu melhor amigo porque faz anos que ele me ouve sem piscar. Ele é um historiador de responsa e não posso mentir. Eu começava as bobagens; ele as tornava mais brilhantes e acadêmicas.
Por exemplo, o projeto de reescrever Polyana. O título era : Polyana Fudida. Quem transformou em Polyana Adulta? ele.
Eu ando às voltas, ainda, engasgada com o nosso cinquentão que até agora não ligou para a minha amiga. Mas ela está feliz, me disse. E está mesmo. Na flor da idade. E saiu com um menino Luz Jesus da idade dela. E, então, a festa rolou até bem tarde.
Mas hoje pensei em reescrever o Pequeno Principe e trocar o famoso "cativa" por "foder".
Ficaríamos então, assim:
"Voce se torna eternamente responsável por aquilo que fode"
Uma versão gay do Pequeno Principe também é muito desejável. Uai, mas ele já não é gay?
é, é sim:
"Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa que a tornou tão importante"
além do quê, alguém tão bacana quanto ele, que liga para toda a humanidade, só pode ser do brocado. Melhor radicalizarmos nosso pequeno para "O Grande Rei, Brocha".
E, aí, Amilcar, algum aparte nobre para sua amiga vulga e plebéia?
Vou no supermercado que estou impiedosa hoje. Só hoje, tá ligado?:)
bj. Deixa recado.
* clássicos temporais são aqueles livros que, mesmo que ninguém queira, inundam gerações e gerações e ninguém consegue impedir isso.
8 comentários:
Não me lembrava deste projeto Polyanna Reloaded, que deve ter sido pensado com a ajuda de algum chileno em oferta no Pão de Açúcar. Me parece que havia alguma coisa com Fernão Capelo Gaivota também, embora eu não seja o mais habilitado, pois devo ser o único ser vivo com mais de 39 que não leu, e só descobriu que o tal Fernão era uma gaivota (apesar da "dica" do título), já adulto e gasto.
E veja só, na época de Ms Le Petit Prince, nem existia celular.
Essa nova Polyanna me lembra uma música da Concha Buika, a única cantora negra da Espanha, Jodida pero contenta (¿haverá relação entre a cor da pele e o estado de espírito da música?). Podia ser o hino de uma geração (ou de várias). Piaf teve seu hymne à l'amour, nós temos o nosso.
Já que você está em Jerusalândia, poderíamos pensar em uma versão reloaded do Clássico dos Clássicos, do Best Seller Cósmico. Eu toricaria o verbo do Princípio por um bom adjetivo. Ou quem sabe um objeto direto, para dar mais objetividade à existência?
Errata: eu trocaria, é o que deve ser lido. Aliás, Errata é um bom título para esse projeto, afinal não se trata apenas de reescrever os clássicos, mas restituir seu sentido real.
é verdade: naquela madrugada discutimos Fernão Capelo Gaivota. eu tinha me esquecido dessa pérola!
Boa idéia trocar o verbo do inicio para um adjetivo mas eu sou da turma do Sidney Sheldom que, aliás, escreveu o roteiro da Jeannie é um Gênio, e eu poderia escrever a nova versão, euzinha, claro, adorando ficar na boquinha da garrafa...pois você veja eu tinha duas biografias para recolocar aqui em Jerusa:
"A morgadinha de Jerusalém"
depois, obviamente,
"A Judia torta"
Saudades dos nossos vinhos de promoção...puxa, como somos felizes mesmo sendo professores!:)
nossa............
agora que me toquei:
"Best Seller Cósmico"
mas você vai me tirar o sono com essa maravilha tópica de sua autoria!
Agora vou ter que inventar uma melhor que essa, que coisa...
E veja só, você é que está na Jerusalândia Restaurada, deve haver milhares de tópicas bíblicas disponíveis no mercado da mimesis monoteista. A Judia Torta é uma coisa gauche drummondiana, realmente. Podia ser também O caderno rosa de Jerusa Lamb, recordando uma profeta morta. Só sendo gauche para ficar trancado em casa à base de ofertas do PdA, "Clueb do Sommelier", reescrevendo o Ocidente.
Falando na mimesis, a pureza ainda existe. Tenho um aluno que quer aprender alemão para poder ler o Costa Lima, o Gumbrecht e a Escola de Frankfurt, e quer que eu o oriente (eu que só posso ocidente!). Ele conseguiu transferência para a USP e ontem foi à PUC me dizer que tinha descoberto que na USP ele não encontraria ninguém para ler o Costa Lima!! Ele, em uma aula, descobriu que tinha passado o limite do Hades. A felicidade tem sempre um preço... alto. Esse título não precisa nem ser mudado: As Ilusões Perdidas. Meu Luciano de Rubempré se chama Tiago Alexandre.
Amilcar.
Tava relendo essa conversa e fiquei preocupada com o "Tiago Alexandre". A gente não deveria jogar tudo para o alto e colocar no mercado uma previdência intelectual?
Por falar nisso hoje fui me divertir na Cidade Velha - que, igualmente como as inversões dos prédios da Puc- parece nova, o que me pareceu uma daquelas tópicas católicas de antanho e saí de lá tendo a sensação de que andar nos corredores da FFCHL faz a Via Dolorosa um lugar aprazível.
Lembra que tinhamos um projeto para instituir uma Bolsa Pós Mortem?:)
desculpa me intrometer na conversa, mas eu soh queria constatar que eu tenho uma impressao fortissima de que Polyana se tornou a rainha das clinicas de rehabilitacao.
Era soh isso, obrigado.
e eu, Yehuda,que tenho a maior curiosidade em saber se o cabelo da Pollyana escureceu, ou se ela passava chá de camomila -coisa superpolyana- ou se, rodada, resolveu seu blonder em Loreal...
Postar um comentário